domingo, 2 de outubro de 2011

Metade

Metade
Não que eu fosse tão tola, ou que tu fosses cruel...
Apenas eu, ingênua, comecei a amar-te inteira, de corpo, alma, tudo...
E tu, amava-me assim, só um pouquinho,
Assim como se amam as flores ou o barulho da chuva nas folhas das árvores.
Tu amava-me, ama-me pela metade.


E eu, inteira, completamente sua,
Em meus pensamentos, minhas ilusões, em minha paixão louca e desesperada,

Desejando ardente-mente que me desses sua alma
Assim como eu lhe dei a minha...

E tu, amando-me um pouco, querendo-me um pouco, matando-me um pouco.



Com teu amor, efêmero e frio
Adoece minha alma, angustia meu coração...
Com tua metade de amar, querer, desejar,

Estrangula, sufoca minhas vontade
Tortura meus sonhos, aumenta meus medos.


Tua metade não me basta
E minha inteireza te excede...
Então, nesse desencontrado amor,
No delírio dos desejos e dos sonhos

Por vezes intensos e doce
Ora amargos, sufocados, perdidos...


Sigo amando-te assim,
Intensa, inteira.

Desejando-te ardente-mente,
Enquanto aguardo, pura e paciente,

Tua outra metade que me completa.

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