Metade
Não que eu fosse tão tola, ou que tu fosses cruel...
Apenas eu, ingênua, comecei a amar-te inteira, de corpo, alma, tudo...
E tu, amava-me assim, só um pouquinho,
Assim como se amam as flores ou o barulho da chuva nas folhas das árvores.
Tu amava-me, ama-me pela metade.
E eu, inteira, completamente sua,
Em meus pensamentos, minhas ilusões, em minha paixão louca e desesperada,
Desejando ardente-mente que me desses sua alma
Assim como eu lhe dei a minha...
E tu, amando-me um pouco, querendo-me um pouco, matando-me um pouco.
Com teu amor, efêmero e frio
Adoece minha alma, angustia meu coração...
Com tua metade de amar, querer, desejar,
Estrangula, sufoca minhas vontade
Tortura meus sonhos, aumenta meus medos.
Tua metade não me basta
E minha inteireza te excede...
Então, nesse desencontrado amor,
No delírio dos desejos e dos sonhos
Por vezes intensos e doce
Ora amargos, sufocados, perdidos...
Sigo amando-te assim,
Intensa, inteira.
Desejando-te ardente-mente,
Enquanto aguardo, pura e paciente,
Tua outra metade que me completa.
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