“Cansei de tentar escrever pra ti, sobre ti. Com
uma tentativa falível de tentar mudar nossa situação mal-resolvida,
cansei. Eu já deveria ter caído na real á muito tempo, somos sem jeito
mesmo. E agora, eu tenho toda a certeza de que nós nunca vamos realizar
todos aqueles sonhos e desejos que tínhamos, nós nunca vamos realizar
nossas promessas, sabe porque? Porque nunca fomos o suficiente. Eu nunca fui suficiente pra ti e nem você pra mim. Então,
digo e repito com convicção: desisto. Dói em mim, tanto quanto em
você, dizer-te tais palavras, mas é preciso. Porque uma hora a gente
cansa de por fé em algo que sabemos que nunca irá dar certo. Então, me
perdoe, eu não quero te magoar, e se já estou fazendo isso,
desculpe-me, não é minha intenção. E sério, sério mesmo, não vamos fingir sermos o que realmente não somos.
E nem com todos os remendos malfeitos que fazíamos pra tentar dar
certo, bastaram para sermos. Não quero que ache que estou tentando por a
culpa toda em ti. Nós erramos. Erramos quando acreditamos em nós.
Éramos tão perdidos um no outro, que acabamos nos achando. E nos
perdendo de novo e de novo, nos perdemos tanto que acabamos nunca mais
nos encontrando. Mas entenda que não estou te deixando. Eu não quero te
prender mais, quero que seja livre, seja feliz, mesmo que isso dependa
da minha distância. Eu não consigo entender porque diabos fomos ser
assim. Erramos no começo, meio e fim, e acreditamos que estávamos certos.
Desculpe o palavrão, querido, mas que porra foi essa que nos tornamos?
Porque não poderíamos por pelo menos uma vez, dar certo? Porque tudo
tem de ser assim? Porque tivemos de ter esse nosso meio-fim? Porque
tínhamos de ter esse desfrecho tão lamentável? Digo, somos de desistir
fácil e partir pra outra, deve ter sido isso, não sei. Viu? Estou
fugindo do foco, deixastes-me assim, sem foco. Me odeio por ainda te escrever tentando por um ponto final nessa nossa bagunça inconcordável.
Se é que ela tem um ponto final, no qual já deve ter se transformado
em reticências. Você me faz me odiar por ainda ir tirar conclusões
contigo. Acho que te amo tanto que tô começando a te odiar. De verdade,
não consigo e não sei mais como olhar em teus olhos, não sei mais como
olhar o teu sorriso, porque lembro que um dia fui o motivo dele. Não
desconto minha raiva incontrolável em ti, desconto nas palavras. Mas
quer saber? Tu nunca deu o mesmo valor que eu atribui a ti. E cá entre nós, você acha coisa melhor. E,
quando você sofrer novamente, não estarei lá. Não de novo. Digo com
toda a certeza: desisto. Quero mesmo é esquecer de tua existência, do
número da tua casa, da tua roupa preferida, do teu energético favorito,
da música que lembra você, do filme que lembra o que éramos, de tudo.
Tudo que me lembra você, que lembra nós. Quero conhecer gente nova,
amar gente nova, me importa com gente nova, até que meu coração esteja
todo preenchido de vazio e não reste nenhum espaço pra você. Para o teu
amor. Para que quando falarem de teu nome, não me venha teu rosto
em minha mente, para que quando me perguntarem o que aconteceu com
aquele garoto que eu tanto falava, eu diga com um sorriso traiçoeiro
“anda longe.” Mas eu vou lembrar de você, tenho certeza, e nos dias de
inverno, eu reverei nossas fotos e escutarei nossa música, sem nenhuma
dor ou saudade. Desculpe-me, mas não espero mais nenhuma atitude que
venha de você. A única coisa que espero, é que fique engasgado com teu
orgulho doentio e que ainda sinta minha falta. E que sofra o insuportável por não me ter nem sequer 1% mais.
E que lamente todos os dias quando acordar e não ver nenhuma mensagem
minha. Me desculpe, mesmo não devendo te pedir perdões. Até porque não
estou fazendo nada de mais, estou fazendo o que é certo, correto,
sensato. Indo embora, Te deixando com todas as explicações e
justificativas possíveis para ir. Esse meu amor, por ti, continua. Mas
vai morrendo aos poucos. E sem querer ir direto ao ponto, mas já indo: Eu te amo, só não te quero mais. ”
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